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Cirurgia salva menino com 99% de chances de morte

  • Edinei Wassoaski -

Caso mostra importância de Canoinhas ter um neurologista atuando no Hospital

 O chavão “nasceu de novo” tem sentido bem mais amplo para Samuel Oliveira, de 14 anos. Em fevereiro deste ano, ele sofreu uma queda dentro de casa. Caiu, bateu a cabeça e teve uma pequena lesão que, pouco depois, descobriu-se, poderia levá-lo à morte.

O que parecia sem importância ganhou tal dimensão que Samuel chegou a ficar desacordado, levando seus pais, o pastor Rodinei Oliveira e a escrituraria Marta Martins Câmara, ao desespero. “A gente correu para o hospital”, conta Marta.
A agilidade em colocar Samuel diante do médico neurologista Andrei de Morais, único da especialidade a trabalhar em Canoinhas desde o ano passado, foi crucial para salvar o menino. “Friso que a agilidade foi muito importante. Mesmo assim, eu diria que o Samuel tinha 99% de chances de ter morte cerebral”, conta Andrei, que deixou os pais cientes da situação. “Eu só pedia a Deus que não nos tirasse o Samuel”, conta o pai.
 Rapidamente, Andrei detectou o problema. Havia sangue no cérebro do menino, resultado de uma lesão interna provocada pela queda. A partir do sangramento, o cérebro começou a inchar. A pressão em casos como este é tamanha por causa da calota craniana que, na maioria dos casos, evolui-se para a morte cerebral.
Andrei retirou um pedaço da calota craniana de Samuel para dar espaço para o cérebro inchar. O osso foi colocado na barriga do menino que, a partir da cirurgia, foi se recuperando gradualmente. Na terça-feira, 10, Samuel passou por uma cirurgia para recolocação da calota. A cirurgia, assim como a primeira, foi um sucesso.
 
MILAGRE E PREPARO
Os pais de Samuel veem hoje as portas do Hospital Santa Cruz, de Canoinhas, como um símbolo de renascimento do filho. “As mesmas portas nas quais eu entrei para ver o Samuel nascer, entrei agora para vê-lo renascer”, diz Rodinei. Para ele, a recuperação do filho foi um milagre.
Andrei lembra que o preparo do HSC contou de forma decisiva para a sobrevivência do menino. “Tempo é vida. Quanto mais rápido remover uma lesão como a do Samuel, mais chances se têm de recuperação”, explica.
O presidente do HSC, Derby Fontana, que comemorou a recuperação não só de Samuel, mas de outras pessoas que têm sido atendidas por Andrei, sabe bem o que é ter de conseguir vagas em hospitais de referência para transferir pacientes em estado grave.
Hospitais de Joinville e Jaraguá do Sul (referências em neurologia) vivem lotados e conseguir uma vaga para transferir pacientes sempre foi uma grande dificuldade. Em muitas vezes, os pacientes não resistiam à viagem.
Grato ao Hospital e a Andrei, Samuel agora está ansioso para voltar à escola. Por enquanto, tem aulas em casa com um professor disponibilizado pelo Estado.
 
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